Para Antônio Maria – Menestrel da prainha
Loucura é verbo indecente
Dos campos de Capanema
Minino criado em Bragança
Na casa da tia Brena
Chupava os dedos dos pés
Pra aliviar a frieira
Os punhos da rede choravam
De falta, ciúme e dispeita.
Nas folgas de julho então
Era uma correria
O muleque travesso chorava,
Pulava, gritava se escondia
Com medo da caipora
Embaixo da saía da tia
Cheirava peido negado
Criado na senvergonhice
Nas salas de cortesia
Ransdevouz da tia Alice
Certa vez o peido veio
Desmantelado como pato
Em competição de carreira
Quente como cuscuz
Mole feito angú
Foi bosta pra todo lado
Fedeu até em Caruaru
Santa Maria de Belém do Grão Para, 18 de abril de 2010
Foto Abdias Pinheiro Chafariz da casa das onze janelas – Belém – 2007
(c) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.
0 Respostas to “O Verbo Indecente”