Tenha medo leitor quando a chuva vem pra lavar. Não fique na frente, não crie obstáculos à passagem. Se você estiver na esplanada, mais cuidado ainda deve ter. Olha que o dito popular diz: O barco pode estar fazendo água e os ratos movimentando-se! Se for de ônibus bote sentido! É mais simples. Segure-se no “eita porra” e, em silêncio, chame o seu anjo da guarda, antes que o buzão quebre em cima ou embaixo de um viaduto. Correr para onde? Vista a sua roupa mais imunda, para conbinar com o ônibus. Não use desodorante, pois você pode sentir-se um politicamente fora de moda! Vá ao aeroporto vaiar a cubana, mas não pode vaiar a ditadura! Dita que é dita é dura no monossilábico dos outros! Bota o teu na reta pra ela apreciar! Como se diz em Santa Maria de Belém do Grão Pará: Tu te garante mano? Depois, como quem sofre de vento encanado dos intelectuais, va abstrair no districto 9, lá na QE 40, na pérgula da linha do trem e aprecie sem moderação as invasões, as calçadas tomadas de lixo, sucatas, bares, oficinas, lavas-jato, depósitos de materiais de construção, construções de prédios de quatro, cinco e até seis andares sem uma placa de autorização ou responsável técnico. Vá assistir o trem passar desviando-se dos usuários de drogas e respirar o fumacê das queimadas de lixo. Vá abstrair no Guará II e, se encontrar o administrador, não o incomode com coisas do tipo; quanto lixo nas ruas, as praças estão abandonadas, não tem calçadas para cadeirantes e carrinhos de bebe. Não faça isso! Deixe o administrador em paz, não leve trabalho para ele. Incomodar pra quê?
foto (c) Abdias Pinheiro. Trem de carga cortando o distrito 9 – Guará II – Brasília – 2012. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.
0 Respostas to “Chuva lava Brasília, e limpa?”