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Rio, rio sim e daí!

Santa Maria de Belém do Grão Pará, 03 de novembro de 2006

Por Abdias Pinheiro

 

 

Rio, rio sim, sem margens à margem alheia!

Usurpo sim, sorriso alheio ao mundo!

Ventania de suspiros a embicar montaria rio abaixo.

Rio sim, e daí?

 

Estás a rir?

 

Ri que é remédio bom, recomendam as erveiras.

Alarga o riso, fecha tristeza a meia-luz, dá preferência à meia-noite

Quando do mundo em sono, mudo, surdo, roncarias de descansos entediam o sono.

 

Achas rir de quê?

 

Engomas o ego que de mim faz pousada.

Levas o orgulho, que de mim faz barulho ao silêncio alheio.

Beijas lábios em surdina, atrás da porta do confissionário, entre telas bordadas a menstruos verdes, folheadas em purezas!

 

Vista-se! A santa vai passar.

Cubra-se com o véu escarlate e murmure impropérios santificantes.

Respira ternura a cumplicidade alheia.

 

 

 

 

 

 

Chafariz das Onze Janelas – Belém, Pará 16 de setembro de 2006

Foto Abdias Pinheiro (c). Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor. 

 


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