30
jul
13

Revolução já!

Carnaval emCuruça. 2007 Foto(c)Abdias Pinheiro

Carnaval emCuruça. 2007 Foto(c)Abdias Pinheiro

Boa revolução se faz com uns dedos de prosas de assuntos atuais (o Francisco está chegando e não é o Pinheiro), uma cachaça de cabeça, meia dúzias de sábios, dois profetas (um fala o outro contesta ou não), quatro mulheres gostosas, loiras preferencialmente, duas agitadoras politicas, sem partidos, para não suscitar desconfianças de cobertores e um bodegueiro capitalista e alienado de direita, com sonho frustrado de nunca ter passado nos concursos do banco do ‘brasil’, uns tira gostos de tripa de borco ou bode assados, caldinho de feijão de xoxa bunda e cerveja cú de foca.

O mundo vira perfeição arrodeando o imaginário etílico, poético e sureal.

Abraços,

Abi

30
jul
13

A margarina, a mosca e o primo.

fazenda caruaru, itamaraca 051Ah solidão! Essa moça donzela, zelando por nosso ócio no cio. Desejo espremido entre os dedos e a dedo indicando o endereço sem número, sem casa pra morar, sem companhia pra encher o saco. Só o vazio a versejar o tempo, empoeirado de tédio, impregnado de lembranças sadias. Uma mosca serve também, também solve, na taça, equilibrando em ponta de patas, tal o pato preto em barreiro de marreco metido a ‘lordy’, vivaldiando um xaxado mocho, de pés amaciando o barro da sala sem reboco. Xô mosca! Vai arrudiar em balcão de caldo de cana ou em venda cheirando a charque velho, cenografando esquina no Alto da Banana.

Fazenda Caruaru – 2007 Foto(c)Abdias Pinheiro

26
jul
13

Papa!

fazenda caruaru, itamaraca 058Santidade, os políticos concretaram os corações; caridade, paz, amor, humildade não existem. Apostaram no poder, na corrupção, na vaidade, no desmando com a coisa pública.

13
jul
13

O que foi que esses políticos caras de pau não etenderam!

adshalom, 06,07-2012 053 (39)adshalom, 06,07-2012 053 (39)Veja bem como são as caras de pau desses políticos fedorentos, como se não bastasse o discurso midiático da tia Dilma “Estou ouvindo vocês…”, agora são as centrais sindicais, os partidos ‘alinhados’, fazendo passeatas…Ora me comprem uns bodes e me tragam o troco de cabritinhas. Esse modelo fede. Reformas rápidas! Esta na hora de fechar esse congresso medíocre e botar as ratazanas de volto para o esgoto.

27
fev
13

obrigado CEB!

Ananias, francisco, bruno,Zoo, Abi, Livia,francisco 02-2013 179
Zoológico – Brasília – 02-2013. Foto (c)Abdias Pinheiro. Direitos reservados.

Vejam como são as coisas em Brasília. Ontem por volta das 18:hs faltou energia elétrica aqui na colônia agrícola águas claras. Muita chuva, ventos fortes, trovões relampagos. Tudo o que tem direito uma tempestade. Normal, a tempestade, mas a falta de energia foi de tirar qualquer um do sério. Ligamos para a CEB e, como resposta uma musiquinha de infernizar a calma do cristão. Pecamos por ter paciência de sobra. A ligação cai algumas vezes. Não era pra menos, mais de 10, 12, 15, 17 minutos com a morfética musiquinha no escutador de novelas, que por sinal ontem não teve o previlégio da platéia aqui de casa, graças a CEB. Às 22:hs mais ou menos e alguns palavrões afônicos, alguem atendeu do lado de lá da linha, pena que não foi a do trem de cargas… “já estamos com equipes acionadas” e pronto. Chore, queixe-se ao bispo porque ao papa não pode, não temos papa, nem na língua. Fomos dormir sob o cobertor da indiferença e escuridão da CEB. Dizem que a energia voltou por volta das 23:30 ou seja, 5:30hs sem energia. Mas como esperar competência de uma empresa pública subordinada ao governo do df? Durma nessa escuridão da administração do Distrito Federal!

26
fev
13

Chuva lava Brasília, e limpa?

Tenha medo leitor quando a chuva vem pra lavar. Não fique na frente, não crie obstáculos à passagem. Se você estiver na esplanada, mais cuidado ainda deve  ter. Olha que o dito popular diz: O barco pode estar fazendo água e os ratos movimentando-se!    Se for de ônibus bote sentido! É mais simples. Segure-se no “eita porra” e, em silêncio, chame o seu anjo da guarda, antes que o buzão quebre em cima ou embaixo de um viaduto. Correr para onde? Vista a sua roupa mais imunda, para conbinar com o ônibus. Não use desodorante, pois você pode sentir-se um politicamente fora de moda! Vá ao aeroporto vaiar a cubana, mas não pode vaiar a ditadura! Dita que é dita é dura no monossilábico dos outros! Bota o teu na reta pra ela apreciar! Como se diz em Santa Maria de Belém do Grão Pará: Tu te garante mano? Depois, como quem sofre de vento encanado dos intelectuais, va abstrair no districto 9, lá na QE 40, na pérgula da linha do trem e aprecie sem moderação as invasões, as calçadas tomadas de lixo, sucatas, bares, oficinas, lavas-jato, depósitos de materiais de construção,  construções de prédios de quatro, cinco e até seis andares sem uma placa de autorização ou responsável técnico. Vá assistir o trem passar desviando-se dos usuários de drogas e respirar o fumacê das queimadas de lixo. Vá abstrair no Guará II e, se encontrar o administrador, não o incomode com coisas do tipo; quanto lixo nas ruas, as praças estão abandonadas, não tem calçadas para cadeirantes e carrinhos de bebe. Não faça isso! Deixe o administrador em paz, não leve trabalho para ele. Incomodar pra quê?torre de tv digital BSB.06.12 134 - Cópia

foto (c) Abdias Pinheiro. Trem de carga cortando o distrito 9 – Guará II – Brasília – 2012.  Todos os  direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.

 

27
set
12

Brasília – distrito 9

Quem assistiu sabe, quem não assistiu perambule pelas ruas do guará II, na QE 40, setor de oficinas, vizinhanças da estrada de ferro. Verão, inverno, outubro, natal: Estão lá! Conteiners contados aos entulhos. Gigantes  pernas esporeadas batendo dormentes à caça! Fumaçam ao sabor de pedras derretendo insanidades. Senhores proprietando calçadas, loteando ganâncias  às bênçãos de ordinário  edil distritando em causa nove! Malas finam impostos a todos. Distrito nove, onde  perambulam almas esfumaçantes de cérebros chupados. Alienígenas em fuga!

(c) foto Abdias Pinheiro – Força Aérea Brasileira no céu do Guará II no dia do aviador – 2012

Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor. www.culturapara.art.br

30
mar
12

Os ‘ormônio’ da galinha

por Abdias Pinheiro

 

         Uma tempestade medonha varreu o que o homem da limpeza não ‘barreu’.  O dia de cara suada pingotejalando o destino reciclou o luxo do lixo:  Nasce uma estrela: Dona Naná (só para os íntimos): olhos de desconfiança, ouvidos abanados, cabelos de aratataia ornamentando o juízo de tino forte. O martelo quando bate anunciando a sentença só tem um peso e uma medida.

         Deu de chegar pelo círio. Veio de rabeta enfeitada descendo o grande rio atracar na guajará. Esbarrou de cara com um bode amarrado proibido de caminhar. Um prefeito, um vigário, um escrivão meio trôlho, dois soldados, cinco virgens, meia dúzia de babacas e uma groza de trouxas.

O alto falante  do beiradão anunciava o discurso  dos feitos mais que perfeitos com verbos bem estudados, de politiquice velha pra eleitor escolado.

Sentada na cumeeira de ventarola na mão, tangendo os mosquitos pra não sofrer de picada, ajuntava bem as oiças pra escutar a falança. Um pó-pó-pó meio lerdo vencendo a fúrias das águas cortou a prosopopéia. Dona Nana apontou as vistas pra boca do catedrático decodificando a conversa de miolo de pote. Uma faísca de lembrança, despertada pelo estrondo da  barriga, deu de puxar conversa com a fome.

Montada na vigilenga passeou pelo beiradão procurando o que comer. Deu de encostar n’uns guindastes de ferro velho e fundidos. Viu-se cercada de  espelhos por todo lado. Passou a mão nos cabelos, ajeitou o diadema, conferiu a maquiagem e sorriu: É ferro pra fabricar mil armaduras, espelhos pra maquiar mil Narcisos, muitas patacas enterradas.  Vasculhou a multidão em agourada  gargalhada: Desfile  de manequins, penitentes sem pecados, almas esconjuradas catando um lírio mimoso. Achou uma segredada: dois compadres, que há tempos não se viam, vendo dois rapazes bombados, de musculatura injetada, estatura de Baco, comentavam:

– Os rapazes de hoje são ‘tudo’ assim, fortes, altos, bem criados… no que o outro atalhou:

– Que bem criados que nada compadre, são os ’ormônio’ da galinha!

–             

 

Chafariz da praça da República – Belém, Pará, 1987

foto Abdias Pinheiro(c). Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.

30
mar
12

Rio, rio sim e daí!

Santa Maria de Belém do Grão Pará, 03 de novembro de 2006

Por Abdias Pinheiro

 

 

Rio, rio sim, sem margens à margem alheia!

Usurpo sim, sorriso alheio ao mundo!

Ventania de suspiros a embicar montaria rio abaixo.

Rio sim, e daí?

 

Estás a rir?

 

Ri que é remédio bom, recomendam as erveiras.

Alarga o riso, fecha tristeza a meia-luz, dá preferência à meia-noite

Quando do mundo em sono, mudo, surdo, roncarias de descansos entediam o sono.

 

Achas rir de quê?

 

Engomas o ego que de mim faz pousada.

Levas o orgulho, que de mim faz barulho ao silêncio alheio.

Beijas lábios em surdina, atrás da porta do confissionário, entre telas bordadas a menstruos verdes, folheadas em purezas!

 

Vista-se! A santa vai passar.

Cubra-se com o véu escarlate e murmure impropérios santificantes.

Respira ternura a cumplicidade alheia.

 

 

 

 

 

 

Chafariz das Onze Janelas – Belém, Pará 16 de setembro de 2006

Foto Abdias Pinheiro (c). Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor. 

 

30
mar
12

O Levador de Recados

Santa Maria de Belém do Grão Pará, 16-04-2010

por Abdias Pinheiro

 

Sobrinho bem prestativo corre a acudir a tia
Dos solavancos da moçada

Atapetando a rua com fitas azul, verde, encarnada
Um pudim de leite pro agrado
Duas tapiocas com manteiga
Um pirarucu fatiado com bisturi de brilhante

Um buquê de rosas brancas pra agradar o padrinho
Um rosário de contas pagas ao santo protetor
De quebra uma cuia de farinha
Pra acompanhar a madrinha na missa da catedral
Um moleque peideiro  levador de recado

Uma vela bem comprida pra santa não reclamar
Uma praça vigiada pro kanil se abancar.

 

Chafariz das Onze Janelas – Belém – Pará, 09 de março de 2008

foto Abdias Pinheiro (c). Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.




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