Outro, depois de 23 anos. Outro desafio para a ciência. Século 21 de tecnológias avançadas, equipamentos de última geração, estudos científicos precisos. Uma precisão que não foi calculada: a queda! Pasmem! A QUEDA DE MAIS UM EDIFÍCIO em Belém. Estão qurendo culpar a natureza! Até sair as perícias especula-se. Um locutor de uma TV local que fazia a cobertura da queda do edifício da Real engenharia, falando do estúdio indagou ao presidente do CREA se poderia ser o vento. Piada! Piedade para as vítimas soterradas. Quando o Raimundo Farias veio a baixo, era 13 de agosto, eu estava pagando horário na redação de O Liberal, onde trabalhava como fotojornalista, para sair de férias no outro dia. Escapei da cobertura pois colegas já estavam no local. Quem pagou a conta? Quantas vítimas de verdade, sem maquiagem nos números? Cadê os culpados? Cadê a justiça? Agora nesse outro desabamento prefeito e governador fazem a propaganda instântanea qual miojo. É de se perguntar ao alcaide: onde ele estava quando das enchentes, dos bueiros entupidos, do lixo nas ruas, dos ratos passeando de cartola e guarda-chuva pelos becos da cidade? Dos incêndios nas casas de madeiras na periferia? Onde estava o alcaide, alguém sabe, alguém viu por onde andava esse senhor? Como é curioso esse alcaide, quando é tragédia de pobre ninguém o vê, mas quando é tragédia de uma grande construtora, lá está ele encoletado fazendo carinha de espanto para transmissão ao vivo. Não o condeno por estar lá na hora precisa, mas cobro por quê não aparece nos incêndios da periferia, nos alagamentos, nos munturos espalhados pela cidade que a coleta de lixo não dá conta de retirar? A cidade cresce e com ela o cinismo dos gestores públicos. Até quando a propaganda conseguirá sublimar a realidade? Esperemos.
Foto: Abdias Pinheiro – Caminhão da limpeza urbana de Belém transportando trabalhadores na BR 316 – 27/03/2009, às 18:56.
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