08
abr
10

Vai meu preto, vai!

Vai meu preto, vai!

Vai meu preto, vai! Diz de um poema que caiu do caderno. Ficou torto, estropigaitado. Diz que arrasta a voz atrás da rima.

Vai meu preto, vai! Diz de uma donzela, alva, macia, olhos de vigiamento pelos cantos da prosa. Diz das coisas do coração. Sentimento pobre, medíocre, muita vez vulgar.

Vai meu preto, vai! Baila entre dedos palavreado oculto, escondido nos segredos, camuflados em cobertor infantil. Diz do sangue sobre a destra do infeliz. Carpida teus versos em chorosa voz. Lamenta o cantar do sabiá órfão, pedregulhado por baladeira mortal. Acompanha o voejar das penas em sinal de adeus.

Vai meu preto, vai! Diz que é melhor o mundo parar e saltarmos. A sopa dornou-se em letras a puxar conversa de bico com o tempo.

É meu preto, vai!

***Ontem soltei impropérios em mesas notívagas. Debrucei-me sobre embriaguês altiva, tirana. Tirei o pó do repouso. Velejei pelos encantos da verve boêmia. Amanheci sem dor. Só com um leve fastio da vida.***

Foto Abdias Pinheiro                                                                                                        Rio Guamá – Belém – Pará

(c) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.


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